UpTogether Consulting

7 Dicas para negociar uma rescisão antecipada

Na presente economia, os candidatos a um emprego deverão ser sensatos e pré-negociar um pacote de despedimento antes de aceitarem uma nova posição.

Os “layoff” não faziam manchetes há um ano atrás. Mas na economia instável de 2022, aumentaram os despedimentos. Por isso, não é surpreendente que alguns candidatos a emprego estejam a planear para o pior cenário, por via das dúvidas.

Possivelmente não serão pára-quedas de ouro (bónus de indemnização previsto em cláusula contratual) como no caso de um CEO, mas em todos os patamares podem ser negociados pacotes de rescisão, antes de aceitar uma oferta de emprego.

Mas por onde se começa? O que pode ser uma expectativa razoável? Para o empregado médio, a indemnização é normalmente oferecida apenas após um ano de serviço, e geralmente consiste em uma ou duas semanas de salário por ano trabalhado. As etapas do processo incluem:

Descobrir se existe uma política de despedimento

As empresas não são obrigadas por lei a oferecer uma indemnização aos empregados, pelo que a primeira coisa a fazer é descobrir se a empresa tem um pacote de indemnizações definido. Em caso afirmativo, aconselhamos os candidatos a perguntar que aspectos do pacote são negociáveis e a torná-lo parte da discussão sobre a compensação global. A negociação de um pacote global de remuneração, benefícios, bónus, e outros semelhantes é melhor do que tentar negociar cada componente de forma individual, à medida que surgem questões.

É pouco provável que os empregadores estejam a pensar numa indemnização durante a fase de oferta, pelo que usá-la como uma alavanca poderá ajudar os candidatos a equilibrar questões como, por exemplo, ter de se mudar.

Investigar o risco

Nenhum “Hiring Manager” ou Executivo de Recursos Humanos vai ser totalmente transparente com o candidato sobre os riscos inerentes ao assumer um novo cargo. “Os candidatos estão a iludir-se se esperam dos empregadores algo mais do que palavras de conforto”, diz David Meintrup, Coach de Carreira. Aconselha os candidatos a criarem uma rede com outros funcionários da empresa, concorrentes, recrutadores, e terceiros não ligados ao processo de entrevista para obterem mais informação sobre os riscos. Use a sua rede de conhecimentos para aferir como está a empresa ou quão sólida é a sua estratégia de negócio.

Avalie o seu nível

Quanto mais alto for o seu nível no organigrama, mais poder terá numa negociação. Um Vice-Presidente ou Director que deixe um salário de 300.000 euros está a arriscar mais do que um Gestor, por exemplo. Além disso, como evidenciado durante a pandemia, os candidatos que procuram posições de liderança de equipas tem mais espaço de manobra para negociar a rescisão logo de início. Regra geral, quanto menos candidatos qualificados houver para um determinado cargo, mais espaço de manobra tem um candidato para pré-negociar a rescisão. Os candidatos que foram recrutados para uma posição também têm mais influência do que aqueles que se candidataram por sua iniciativa.

Afaste-se da conversa negativa

Concentrar-se demasiado em questões macroeconómicas ou no desempenho individual de uma empresa ou a sua posição competitiva poderá fazer um empregador hesitar em contratar alguém. Em vez disso, ele aconselha os candidatos a enquadrar a pré-negociação da rescisão como um meio de se protegerem – o seu cargo ser tornado redundante devido a uma fusão ou aquisição, por exemplo, ou de despedimentos durante outra pandemia global como o COVID (que ainda está fresca na mente dos líderes). Tomar uma posição sobre este tipo de situações afasta a conversa das questões habituais de redução da força de trabalho ou do desempenho.

Pense para além do dinheiro

A indemnização compensatória tem variados aspectos, por isso não se prenda demasiado à componente monetária. Por exemplo, algumas pessoas podem considerar um pagamento em capital menos importante do que manter um Seguro de Saúde (ou outros benefícios) até encontrarem um novo emprego. Além disso, as empresas podem não estar dispostas a negociar um pacote de rescisão antecipada, mas abertas à possibilidade de um “sign-on bonus” (incentivo para ingressar na empresa). “Os candidatos a emprego podem negociar para aumentar o montante do bónus inicial”, diz ele, “ou que seja pago ao longo do tempo, o que seria uma espécie de indemnização antecipada”. Este tipo de acordo proporciona dinheiro- uma garantia de segurança – caso o empregado venha a ser despedido ou a empresa declare falência.

Ofereça algo em troca

As negociações são um “dar e receber”. Historicamente, as empresas não têm estado dispostas a pré-negociar com empregados fora do nível C (altos executivos- “C” do inglês chief, exemplo: chief executive officer ou chief operating officer); isto deve-se em parte ao facto de não quererem estabelecer um precedente, que lhes poderá custar milhões de euros se feito em grande escala. Os candidatos devem estar preparados para oferecer algo em troca. Por exemplo, muitas empresas exigem que os empregados assinem um acordo de não-concorrência ou de não-divulgação – mas alguns não o fazem. Os candidatos poderão voluntariar-se para assinar uma declaração de não-concorrência ou concordar em não processar a empresa, em troca de um acordo de rescisão antecipado. Outras compensações são por exemplo, o compromisso de trabalhar a tempo inteiro no escritório ou de se deslocar com data acordada.

Reconhecer que a oferta pode desaparecer

Os empregadores estão interessados em pessoas que vêem oportunidades a longo prazo para si próprias, na nova empresa. Não lhes interessam pessoas preocupadas com o pior cenário. Insistir num acordo de rescisão antecipado pode deixar um potencial empregador hesitante quanto à sua contratação. Há uma linha ténue entre perguntar se a rescisão pode ser negociada com antecedência ou dizer a um empregador que não pode assumir o cargo, a menos que a rescisão seja incorporada. Há sempre o risco de que a relação termine.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *